APRESENTAÇÃO

Prezado Prefeito, Secretário e Dirigente da Mobilidade Urbana, O Instituto da Mobilidade Sustentável – RUAVIVA, com a parceria do Instituto MDT (Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público) e apoio do FNSTT (Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana), do FNRU (Fórum Nacional da Reforma Urbana) e da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), dão início à organização da 17ª Jornada Brasileira “Cidade Sem Carros”, que se realizará no dia 22 de Setembro de 2017, sexta-feira, cujo tema desse ano é DIREITO À CIDADE E TRANSPORTE COMO DIREITO!

 

Este ano, optou-se pela singela mudança no nome do evento de “Jornada Brasileira na Cidade sem meu carro” para “jornada Brasileira Cidade Sem Carros”. A mudança da nomenclatura tem a intenção de reforçar a importância da adoção da mobilidade ativa e coletiva pelo conjunto de indivíduos para favorecer a coletividade urbana, o bem comum. Afinal, a cidade sem “meu” carro pode ser melhor para o indivíduo, mas a “cidade sem carros”, isto é, com modos ativos e coletivos fortalecidos ou sob pressão por fortalecimento, é uma ação social para melhorar a cidade para todos.

 

O momento para a realização da Jornada é próspero, uma vez que o tema da mobilidade, principalmente após as manifestações de junho de 2013, entrou na pauta política dos governos em todos os meios de comunicação e nas conversas do dia a dia, devido ao crescimento assustador da frota de automóveis que amplia a imobilidade nas nossas cidades e pelos investimentos em sistemas estruturais de mobilidade, em particular Metrôs, BRTs e faixas exclusivas de ônibus. Além disso, as manifestações levaram o Conselho das Cidades a elaborar um Pacto Nacional da Mobilidade - em discussão - que é a carta de navegação para implementar a Lei Nº 12.587, a Lei da Mobilidade Urbana, nosso Estatuto da Mobilidade Sustentável – e com a conquista do TRANSPORTE URBANO COMO DIREITO SOCIAL, exigindo um Sistema Único da Mobilidade e a democratização do uso das ruas das nossas cidades.

 

A campanha representa uma ótima oportunidade para apresentar alternativas sustentáveis para os cidadãos e explicar os desafios que as cidades estão enfrentando, a fim de induzir uma mudança de comportamento e de progredir no sentido de uma estratégia de uma mobilidade sustentável. É o momento para colocar já em operação faixas de ônibus e ciclofaixas, retirando estacionamentos das vias, bem como implantar calçadas acessíveis, abrigos com informação aos usuários, pavimentar vias de transportes coletivos e proibir estacionamento onde circulam os ônibus. Todas essas medidas com baixo custo de investimento.

 

Este movimento mundial, a Jornada Mundial “na cidade, sem meu carro”, começou em 1997 na França e foi trazido para o Brasil em 2001 pelo Instituto RUAVIVA. Tem como objetivo principal instigar a reflexão sobre o modelo de mobilidade dominante em nosso país, onde o modo motorizado individual de locomoção, o automóvel, ganha cada vez mais espaço em detrimento do transporte publico coletivo e do não motorizado.

 

A Jornada se organiza com o engajamento das Prefeituras, definindo uma área da cidade ou uma via protegida dos automóveis e motos onde as pessoas possam resgatar a rua como local de convívio social, a qualidade do meio ambiente, onde os ônibus circulam sem congestionamento e onde as bicicletas e pedestres não sofrem ameaças dos automóveis. Nesse local podem também acontecer atividades de lazer e cultura. A população é incentivada a deixar seus carros em casa e procurarem formas sustentáveis de se deslocar. Para tal, a Prefeitura precisa garantir transporte público de qualidade, informar bem como funcionará a cidade na área livre de carros e motocicletas, para que a população se sinta estimulada.

 

A Jornada também poderá ser explorada como uma oportunidade para lançar iniciativas de longo prazo, concebidas para reforçar a conscientização dos cidadãos contra a poluição, o ruído e o congestionamento de tráfego, resultantes da dependência dos automóveis particulares na mobilidade nos centros urbanos.

 

A Jornada visa difundir os preceitos da Mobilidade Sustentável - onde os pedestres, os ciclistas e principalmente o transporte público - entram de forma definitiva nas agendas das políticas públicas, seja urbana como ambiental, das diversas esferas de Governo e atrair a atenção dos meios de comunicação para o tema.

 

O RUAVIVA trabalha para que as Prefeituras que desejem que sua cidade seja mais aprazível, democrata e justa, se engajem assinando a Carta de Adesão.Formalizar a adesão é assumir uma participação ousada, que polemize os conflitos ocultos no “caos do trânsito”, colocando o município na mídia local, regional ou nacional. Que instigue outros municípios a se engajarem, e principalmente mobilize sua juventude e a população para mudar o padrão de mobilidade, construindo uma cidade mais equânime, justa, democrática, acessível, saudável, segura, eco-ativa, próspera e participativa.

 

Solicitamos que os municípios enviem suas cartas de adesões à 17ªJornada Brasileira “Cidade Sem Carros”, o quanto antes através do e-mail mdtbrasilia@gmail.com ou ruaviva@ruaviva.org.br ou via correio (Rua Bueno Brandão, 307 – Floresta – Belo Horizonte / MG CEP: 31010-060) e divulguem o Manifesto da 17ª Jornada que se encontra em nossa Biblioteca, disponível para download.

 

Maiores informações nos telefones (61) 3202 0899 MDT - Wesley ou com Lúcia-RUAVIVA no (31) 3224-0906.

 

JORNADA BRASILEIRA

Congestionamentos cada vez maiores, viagens urbanas mais longas, estresse, poluição e mais colisões com mortos e feridos no trânsito. Diante de tudo isso, finalmente, setores cada vez mais amplos da sociedade percebem que não há como abrigar nas ruas tantos carros e que, portanto, a promessa de mais carros, mais vias e mais estacionamentos faliu. Além disso, em 2012, entrou em vigor a Lei da Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012), que cria UM NOVO PARADIGMA: a prioridade no uso e nos investimentos no sistema viário é para os pedestres, bicicletas, transporte público e para promover a Paz no Trânsito.

 

Neste quinto ano de vigência da LEI DA MOBILIDADE URBANA, quando também comemoramos a conquista do Transporte Público como Direito Social, a 17ª Jornada Brasileira ‘Cidade Sem Carros’ convoca os cidadãos para eleger Prefeitos e Vereadores comprometidos com a proposta de deixarem as ruas repletas de PAZ NO TRÂNSITO, reduzindo as velocidades das vias urbanas, implantando FAIXAS EXCLUSIVAS, INFRAESTRUTURAS PARA BICICLETAS (CICLOVIAS E CICLOFAIXAS) E CALÇADAS ACESSÍVEIS. Desse modo, as novas Administrações Municipais, podem democratizar as ruas, para que se tornem o espaço de construção de uma nova urbanidade e de uma nova vida para os moradores das cidades.

 

Com a Lei de Mobilidade Urbana, conquistamos a perspectiva de prioridade para o transporte público como linha norteadora das políticas de financiamento da mobilidade urbana; e com a transformação do Transporte Público em Direito Social constitucionalmente reconhecido, abre-se possibilidade de constituição de um Sistema Único de Mobilidade (SUM) nos moldes do SUS da área de Saúde. Mesmo em tempos de crise política e econômica, é necessário que a sociedade lute para a continuidade da implantação dos projetos referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, segundo informações do governo, conta com R$ 153 bilhões, incluindo os recursos do Orçamento Geral da União (OGU), linhas de crédito e contrapartidas de agentes públicos e privados. Tais projetos andam em ritmo lento, mas vêm possibilitando a implantação de alguns sistemas estruturais de transportes públicos, como metrôs, ferrovias urbanas, Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) e monotrilhos, além de corredores exclusivos de ônibus segregados e monitorados (BRT), corredores racionalizados e integrados, fiscalizados eletronicamente para não serem invadidos.

 

Outras ações avançam a olhos vistos. A Cidade de São Paulo implantou mais de 520 km de faixas exclusivas monitoradas com câmeras e ainda pretende fechar o ano com 400 km de ciclovias. Enquanto isso, o Governo do Estado de São Paulo está trabalhando para a construção de 72 km de metrôs, monotrilhos e trens urbanos. Já no Rio de Janeiro estão em operação 53 km de faixas exclusivas (BRS) e 95 km de BRT e também ocorreu recentemente a implantação de uma nova linha de metrô e um sistema de VLT. Algumas ações de cidades brasileiras mostram que é possível melhorar a condição de circulação para os pedestres. Rio de janeiro, Curitiba, São Paulo, Salvador, Aracajú, Recife e centros médios, como São José dos Campos/SP têm realizado ações para melhorar as calçadas e estimular a caminhada; os resultados ainda são iniciais, frente ao desafio nacional de constituir uma rede de calçadas públicas e dar acessibilidade a elas.

 

Em 2009, ocorreu em Moscou a 1ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que propôs a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020, declarada em seguida pela Assembléia Geral das Nações Unidas. A ONU recomenda aos países membros – entre eles o Brasil – a elaboração e aplicação de um plano diretor para reduzir em 50% o número de mortos e pessoas com sequelas decorrentes de ferimentos em ocorrências de trânsito. O Brasil aderiu a esse chamamento, assinando em 2011 uma carta compromisso a respeito, mas, infelizmente, em vez de reduzir pela metade seus índices, viu crescer em 30% o número de mortes no trânsito nestes últimos anos.

 

Para avaliar a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011, a ONU convocou a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, que aconteceu na capital do Brasil, nos dias 18 e 19 de novembro de 2015. O encontro reuniu ministros de áreas afins e diagnosticaram o progresso da implementação do Plano Global para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011 – 2020 e para tal elaborou-se a Carta de Brasília como instrumentação das metas e, pela primeira vez, um compromisso internacional enfatiza o transporte público como forma de aprimorar a segurança no trânsito. Os países também reafirmaram no âmbito da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a proposta de reduzir à metade, até 2020, as mortes pela violência do trânsito.

 

As pessoas começam a vislumbrar uma alternativa à cidade dos automóveis com as bicicletas, os ônibus fora dos congestionamentos dos carros, as calçadas acessíveis e as reduções de velocidades, as zonas de 30 Km/h as velocidades máximas de 50 e 60 km/h nas áreas urbanas – todos fatores que transformam a cidade em um lugar mais humanizado e seguro. Em 2014, de acordo com relatório do Seguro DPVAT, quase oito mil pedestres foram mortos em atropelamentos no Brasil, o que significa 43 mortes de pedestres por dia; outros quase 116 mil sobreviveram, mas ficaram com lesões permanentes de acordo com a mesma fonte. Em ocorrências de trânsito, os números são ainda piores: 43 mil mortos por ano e mais de 250 mil lesionados.

 

Assim, continua a luta para tornar cada vez mais efetivos a Lei da Mobilidade, a Paz no Trânsito e o Transporte Público como Direito Social, de modo a mudar mentalidades, possibilitando a implantação da cultura da Mobilidade Sustentável no País. E, nesse quadro, o Instituto da Mobilidade Sustentável (RUAVIVA), as entidades que compõe o Instituto do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), o Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), a Associação Nacional de Transporte Públicos (ANTP) e a Frente Nacional de Prefeitos convocam as cidades a lançarem este Manifesto na 17ª Jornada Brasileira ‘Cidade Sem Carros’, convidando a população a participar, em 22 de setembro de 2017, uma sexta-feira, de atividades coletivas que promovam reflexão e consciência para que os pedestres, bicicletas e transportes públicos ocupem as ruas. O MANIFESTO propõe:

 

1. Que seja criado o Sistema Único da Mobilidade (SUM) com ação conjunta dos três níveis de Governo e da sociedade civil para fazer valer o TRANSPORTE PÚBLICO COMO DIREITO SOCIAL;

 

2. Que os Governos Federal, Estaduais e Municipais elaborem um programa e coloquem em prática medidas efetivas que demonstrem que o Brasil reduzirá em pelo menos 50% o número de mortos e feridos no trânsito até 2020, assumido o compromisso de implantar ZONAS 30 e reduzir as velocidades nas áreas urbanas a 50 e 60 km/h, além de combater o uso de álcool por motoristas em vias urbanas e rodovias e proibir a circulação de motos entre carros e que o dinheiro arrecadado com as multas de trânsito e com as taxas na fiscalização seja aplicado em educação de trânsito, reforma de calçadas, ciclovias e faixas exclusivas de ônibus e que, a cada ano, o Poder Público preste contas publicamente da aplicação desse recurso;

 

3. Que seja aplicada a Lei de Mobilidade Urbana de forma a garantir que os investimentos em vias públicas, incluindo os viadutos, sejam prioritariamente destinados aos pedestres, ônibus e bicicletas; e que estes sejam os eixos principais de investimento nos Planos de Mobilidade;

 

4. Que, progressivamente, as Prefeituras reservem 70% da utilização das vias para implantar faixas exclusivas de ônibus, fiscalizados eletronicamente, ciclovias, ciclofaixas, corredores segregados de ônibus, bondes modernos (VLTs) e monotrilhos, como obriga a Lei de Mobilidade Urbana;

 

5. Que haja a integração dos sistemas estruturais de transporte – como metrôs, ferrovias urbanas, VLTs, monotrilhos, barcos e ônibus (BRT e faixas exclusivas), e que tenham garantias de acessibilidade para pessoas com deficiência e integração com as bicicletas (públicas e privadas), calçadas acessíveis e bilhetagem eletrônica temporal (“bilhete único”) e que o serviço de ônibus seja racionalizado;

 

6. Que, onde houver grande fluxo de pedestres, as calçadas sejam de responsabilidade pública e acessíveis às pessoas portadoras de deficiência (implantadas e fiscalizadas pelo poder público). E nos bairros, as prefeituras estreitem as vias e alarguem as calçadas, garantindo a circulação com acessibilidade universal – como determinam as leis e o estatuto para pessoas com deficiência. Nas demais calçadas, que seja feito o plantio de árvores e a instalação de equipamentos que promovam o convívio e bem estar no espaço público;

 

7. Que a fiscalização da faixa de pedestre seja executada com o uso do instrumento da multa, para que a norma seja respeitada, como acontece em Brasília, onde o rigor da fiscalização levou a maioria dos motoristas a respeitar a cidadania dos pedestres, fazendo valer o Código de Trânsito Brasileiro;

 

8. Que se estabeleçam políticas de estacionamento de automóveis com regulação pública; que haja estacionamentos nas estações periféricas junto aos corredores estruturais, estimulando o uso do carro como alimentador do transporte público e que as taxas para estacionamentos não vinculados ao transporte público sejam progressivamente mais altas à medida que o estabelecimento esteja mais próximo das áreas centrais ou das regiões mais congestionadas da cidade e que tais taxas urbanas formem um fundo público para investimentos exclusivos em obras de transportes públicos, calçadas e ciclovias;

 

9. Que se proíba o estacionamento em todas as vias de circulação dos transportes públicos. E que o espaço destinado ao estacionamento nas vias sirva para aumentar calçadas, criar ciclovias, faixas exclusivas de ônibus e ‘parklets' (áreas de repouso e recreação para pessoas);

 

10. Que seja garantida a qualidade dos serviços convencionais de ônibus e também do ar nas cidades, com o apoio de recursos federais e estaduais, para que a frota tenha piso baixo, câmbio automático, motores traseiros de ultima geração, não poluentes (elétricos, etanol, hidrogênio) ou a diesel com baixa emissão de enxofre regulados de modo a não emitir fumaça preta nos pedestres e na cidade;

 

11. Que os Governos Federal e Estaduais apóiem, com recursos extratarifários, as experiências municipais de barateamento das tarifas, passe livre e outras ações, com vistas a sustentabilidade econômica dos serviços, para conquistar a qualidade de serviço, a universalização do acesso à mobilidade urbana e o direito à cidade;

 

12. E que os investimentos em sistemas estruturais de transportes públicos entrem em operação com controle social, integrados, racionalizado e com calçadas acessíveis, ciclovias e estacionamentos e acompanhados do barateamento das tarifas em todo território nacional, para finalmente transformar a “rua dos carros” em “rua das pessoas”, com Paz no Trânsito.

 

 

GALERIA DE FOTOS

JORNADA EUROPEIA

Uma Jornada de motivação múltipla

 

. A operação visa favorecer a consciência coletiva para encorajar uma mobilidade diferente; sensibilizar o cidadão sobre os riscos ligados à poluição; mostrar a cidade em uma lógica diferente;

 

. 22 de setembro 2000: sucesso Paneuropeu com 70 milhões potencialmente envolvidos;

 

. Em alguns países a população envolvida chegou a responder a quase metade da população nacional (Espanha: 215 cidades = 45% da população nacional; Irlanda 05 cidades =40% da população nacional).

 

Uma satisfação massiva e vontade de recomeçar

 

Satisfação dos cidadãos de 6 cidades européias pesquisadas no dia 22 de setembro: 81% acham a operação uma boa idéia; 82% acham que ela deve ser repetida; 46% a desejam ao menos uma vez por semana.

 

Melhoria para os pedestres

 

Na maior parte o pedestre circulou pelas ruas do centro das cidades graças à instalação do perímetro reservado (protegido dos automóveis).

 

Desenvolver novos temas

 

A operação permitiu a promoção de novas formas de mobilidade alternativa diferente da utilizada pelo automóvel com uma só pessoa.

 

Implantar medidas permanentes

 

A Jornada é uma ocasião importante de anunciar e inaugurar medidas permanentes como: corredores exclusivos de transporte coletivo, pistas de bicicletas, medidas de melhorias para pessoas portadoras de deficiência, parques de bicicletas, implantação de moderadores de tráfego, etc.

 

Reação dos comerciantes

 

Houve dificuldades em alguns países para obter a adesão dos comerciantes. Foi colocada em ação animação comercial para reduzir essa insatisfação. Em contraste, muitos comerciantes de outros países se associaram a organização da Jornada.

 

Transportes Públicos: uma solução econômica e ecológica

 

· Os transportes públicos são o vetor privilegiado de novos comportamentos;

 

· As medidas de ampliação da oferta e da qualidade dos transportes públicos se revelaram muito popular e com um alto crescimento de utilização por toda Europa.

 

Poluição atmosférica

 

· Verificou-se melhoria na qualidade do ar no perímetro reservado sem automóveis; Ruído e qualidade de vida

 

· Verificou-se um forte impacto sobre o ruído (redução de 50%);

 

· As medidas reveladas no perímetro reservado indicaram uma redução de metade do nível sonoro e um sentimento de conforto não habitual.

 

Um dia de aprendizado

 

A operação contou com uma dimensão pedagógica para a população: estandes de informação, mesas redondas, debates públicos, demonstração de veículos alternativos, presenças de parlamentares e autoridades do governo, apresentação de projetos, etc.

 

Por cidades mais serenas e de maior convívio

 

· O sucesso testemunhou a maturidade dos Europeus em matéria de meio ambiente;

 

· Colocação em ação de soluções duráveis com vista a uma matriz mais humana do tráfego motorizado na cidade;

 

· As autoridades locais tiveram um papel determinante no sucesso da iniciativa;

 

Campanha 2003

 

Pela segunda vez consecutiva, de 16 a 22 de Setembro de 2003, os cidadãos Europeus tiveram a oportunidade de usufruir uma semana inteira de eventos dedicados à mobilidade sustentável. Enquanto que em 2002 só era obrigatória a realização de eventos (com temas fixos) em 2 dias além do dia 22, em 2003 foi obrigatório realizar pelo menos um evento em cada dia da Semana.

 

Assim, um amplo leque de iniciativas focando diversos aspectos da mobilidade urbana foram levados a cabo pelas autoridades locais em cada dia da semana, em parceria com organizações e associações locais, empresas e outras instituições, de forma a avançar rumo a uma mobilidade mais sustentável de forma permanente.

 

ACESSIBILIDADE foi o tema transversal escolhido para esta Semana, como contribuição para o "Ano Europeu das Pessoas com Deficiência", que se celebrou em 2003, havendo dias temáticos, mas de livre escolha. O objetivo foi criar uma cidade agradável, que proporcionasse mobilidade sustentável para TODOS, indo ao encontro das necessidades específicas dos diferentes grupos sociais.

 

O Dia Europeu sem Carros, na segunda-feira, dia 22 de Setembro, foi o ponto alto de toda a Semana, com o desafio de organizar "Na Cidade Sem Meu Carro!" num dia de semana!

 

Sendo as medidas permanentes implementadas ou lançadas durante a Semana o fator mais visível e duradouro do evento, indicam-se abaixo as referentes a 2003:

 

· Ordenamento / controle de tráfego: novos planos de circulação, nova sinalização, parques de estacionamento, zonas de condicionamento / restrição de tráfego (sempre ou em períodos determinados), etc.

 

· Utilização da bicicleta: novas ciclovias, sistema de uso coletivo, estacionamentos, etc.

 

· Acessibilidades pavimento táctil, eliminação de barreiras arquitetônicas, travessia de pedestres com piso rebaixado, rampas, etc.

 

· Rede de transportes públicos: reforço / melhoria de itinerários, melhoria das frotas - incluindo a introdução de "veículos limpos", etc.

 

· Pedestres: zonas / ruas exclusivas, melhoria de infraestruturas (calçadas, pavimentos), etc.

 

· Gestão da mobilidade: novos planos de mobilidade sustentável.

 

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Atividades que podem ser promovidas no dia 22 de setembro:

 

• Passeios ciclísticos, caminhadas (os participantes devem usar a camisa da campanha);

 

• Concursos de redação e exposição de trabalhos escolares (parceria com escolas e universidades);

 

• Gincana entre escolas sobre educação no trânsito;

 

• Criação de um mascote para a campanha;

 

• Blitz educativa nas proximidades do evento;

 

• Distribuição de panfletos sobre a Jornada e sobre educação no trânsito;

 

• Rua de lazer, brincadeiras, jogos tradicionais para crianças, locais para aprender a andar de bicicleta, música ao vivo, animação nas ruas, palhaços, teatro de rua;

 

• Feiras de artesanato, dança;

 

• Exposições de veículos ecológicos (bicicletas, veículos elétricos, viaturas a Gás, veículos com sistemas duplo de combustível e micro carros ecológicos);

 

• Palestras e seminários promovidos pelas Prefeituras, Câmaras Municipais e associações/organizações sobre temas relacionados com a mobilidade sustentável;

 

• Disponibilização de flores ou plantas pelos viveiros das Prefeituras para plantar nas ruas;

 

• Incentivar os funcionários para aderirem à Jornada deixando o carro em casa e utilizando o transporte coletivo.

 

Outras linhas de orientação:

 

• Transportes Públicos: Alternativas eficientes e convincentes à utilização do carro particular, como por exemplo: maior frequência, gratuidade, promoções (passe diário ou semanal, bilhetes com preço simbólico, bilhetes válidos para entrada em cinemas, teatros, clubes, etc.), bilhetes intermodais, tarifas especiais (estacionamento + ônibus, ou estacionamento + ônibus + metro, etc.), transportes especiais entre áreas de estacionamento na periferia e o centro, etc.

 

• Conceber soluções intermodais (ex: permitir o transporte de bicicletas nos transportes públicos fora das horas de pico);

 

• Introduzir novos pontos;

 

• Promover a informação não só junto aos usuários, como aos próprios trabalhadores;

 

• Melhorar os apoios aos que têm mobilidade reduzida (ex: sinais sonoros para deficientes visuais). O dia pode ser aproveitado para fazer o lançamento do "Bilhete do Dia Brasileiro Sem Carros" com preços especiais para toda a rede, ou para divulgar os serviços especiais, ou ainda para promover a intermodalidade, criando ligações aos eventos temáticos da Semana Nacional do Trânsito.

 

• Utilização da Bicicleta:a bicicleta poupa espaço e energia. Não provoca ruído nem poluição. Contribui para a mobilidade sustentável e para o bem estar público e é eficiente e saudável. Algumas medidas devem ser promovidas como: o envolvimento de ciclistas, aluguel ou empréstimo de bicicletas, estacionamento com guarda, pistas bem sinalizadas fora da Zona Sem Tráfego de Automóvel.

 

• Encorajar o ciclismo como meio de transporte ou recreio;

 

• Promover o respeito pelas necessidades dos ciclistas;

 

• Montar esquemas de aluguel ou empréstimo de bicicletas;

 

• Informar sobre a circulação casa-trabalho, promovendo a utilização da bicicleta junto de empresas e da administração local;

 

• Criação de áreas de estacionamento de bicicletas, ou novas rampas, ou novas ciclovias.

 

• Viver as Ruas e Percursos Verdes: as ruas brasileiras são cada vez mais dominadas pelo trânsito, ruído, pelos inúmeros carros estacionados, viadutos e complexos viários para os automóveis. É importante tentar restabelecer as ruas como locais onde crianças, jovens, idosos e portadores de deficiências se encontram.

 

• Devolver às ruas e praças o seu papel social (ex: fazer marcha cívica, abrir ruas a crianças, limpar as pichações);

 

• Promover passeios a pé ou de bicicletas pelos percursos verdes (ex: distribuição de mapas, redescoberta do patrimônio cultural, natureza, gastronomia);

 

• Aumentar a segurança (ex: sinalização de percursos verdes, tornar seguros os cruzamentos de estradas com percursos verdes);

 

• Inaugurar uma nova área de limite de velocidade de 30 km/hora, ou novas faixas de pedestres, por exemplo junto a escolas/hospitais.

 

• Utilização responsável do carro: os cidadãos que utilizam o carro devem contribuir para um ambiente urbano mais sustentável

 

• Eco-condução, ou seja, economia de combustível (ex: evitar freadas bruscas, não fazer grandes acelerações, controlar rpm abaixo de 2500); em articulação com escolas de condutores;

 

• Veículos ecológicos: permitir a circulação na Zona Sem Tráfego de Automóvel, de veículos a gás e elétricos para entregas/abastecimento, deslocamento de residentes, pessoas com mobilidade reduzida, etc;

 

• Maior segurança na condução (ex: demonstrações de efeitos de velocidades diferentes na distância de frenagem, divulgação de mapas assinalando as áreas de mais violações aos limites de velocidade / mais acidentes);

 

• Aumento do nº de passageiros no carro;

 

• Utilização de veículos ecológicos (demonstrações, identificação para cargas /descargas, debates).

 

• Gestão da Mobilidade: Favorecer meios de transporte sustentáveis, promovendo a utilização de transportes públicos / bicicleta, o transporte solidário;

 

• Implementar novos planos de mobilidade (ex: ônibus com trajetos flexíveis, áreas de estacionamento com ligação);

 

• Envolver empresas/empregados (ex: horários flexíveis / criação de bônus e troféus para os que se deslocam a pé/de bicicleta, tele-trabalho etc.).

 

• Lazer e Compras: promover atividades que não impliquem a utilização do carro

 

• Promoção de instalações recreativas perto de casa, excursões para “descobrir a sua cidade”, rali de pedestres, piqueniques, jogos/esportes na rua, animação de rua;

 

• Promoção junto aos lojistas (ex: oferta de passagens para transportes públicos pelos comerciantes, expansão das lojas para o passeio, etc.);

 

• Criação de serviços especiais para clientes dos shoppings.

 

Mobilidade e Saúde

 

• Colocação de tendas/ unidades móveis para fazer diagnóstico de doenças;

 

• Organização de palestras sobre os benefícios da caminhada e do ciclismo / efeitos da poluição do ar e sonora;

 

• Promover a medição de emissões de veículos;

 

• Dar aulas de ginástica / aeróbica na rua, para crianças e adultos, articulando com ginásios locais, promover corridas, etc.

 

• Fazer workshop ou seminário: é importante que seja promovido ao menos um workshop ou seminário para debater sobre a utilização do automóvel, problemas e soluções, sendo destinados, prioritariamente, aos participantes do evento, buscando parceiros estratégicos (ONGs, operadores de transportes, associações de comerciantes).

 

Avaliação do evento: quando possível, sugerimos a avaliação do evento através de:

 

• Medição do tráfego (carros, transporte coletivo, pedestre, bicicletas e outros);

 

• Medição da qualidade do ar e do ruído;

 

• Medição do uso dos estacionamentos no entorno e no interior da área protegida;

 

• Pesquisa de opinião dos que utilizarem a área protegida, bem como os comerciantes, etc.

 

DÚVIDAS MAIS FREQUENTES

• Não posso mesmo usar carro no dia 22 de Setembro?

 

O objetivo desta iniciativa é mesmo esse: no dia 22 de Setembro não utilize o seu carro e opte por uma forma diferente, mais ecológica de se deslocar para o trabalho, para as compras, ou mesmo para passear. Encare este dia de forma positiva, como uma boa oportunidade para ver a sua cidade com um ar mais limpo e sem o rebuliço caótico do trânsito.

 

• Não há exceções? Então, e as ambulâncias, a polícia, etc.?

 

Sim, há exceções. São vários os tipos de veículos que poderão transitar: transportes coletivos de passageiros, táxis, veículos ligados ao serviço de portadores de deficiência, emergências (gás, água, etc.), ambulâncias, polícia, etc.

No entanto, cada localidade poderá abrir outras exceções ou possibilitar outras hipóteses. Se estiver numa situação excepcional, o melhor é mesmo consultar a coordenação nacional da Jornada e pedir informações.

 

• Como posso colaborar com a Campanha?

 

Não ande de carro nesse dia. Vá de transporte público, de bicicleta ou a pé. Espalhe a mensagem e, se possível, participe das atividades planejadas por sua cidade para este dia. Consulte os órgãos responsáveis pela campanha para obter mais informação ou consulte os sites sobre a campanha na Internet: www.ruaviva.org.br , www.22september.org Junte um grupo de amigos, acompanhe uma associação, leve a sua criança para a cidade e fale com ela sobre o nosso futuro com o uso responsável do automóvel.

 

• Quais são as cidades envolvidas?

 

Em 2001: Belo Horizonte, Belém, Caxias do Sul, Cuiabá, Goiânia, Joinville, Piracicaba, Pelotas, Porto Alegre, São Luiz e Vitória. Em 2002: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Caxias do Sul, Goiânia, Guaíba, Guarulhos, Joinville, Limeira, Londrina, Pelotas, Porto Alegre, Recife, Santos, São Luiz, Vitória. Em 2003: Belém, Belo Horizonte, Cachoeirinha,Caxias do Sul, Cuiabá,Curitiba, Dourados, Garibaldi, Goiânia, Governador Valadares, Joinville, Pará de Minas, Pelotas, Poços de Caldas, Portão, Porto Alegre, Recife, Santos, São Luiz, Três Corações, Varginha, Viamão, Vitória.

 

• Como se avaliam os resultados?

 

Cada pessoa irá viver o dia 22 de Setembro de acordo com a forma que desejaria viver na sua cidade. Para medir as alterações no tráfego de veículos e nos transportes coletivos decorrentes da realização da campanha, as prefeituras e órgãos gestores irão efetuar contagens sistemáticas, no dia 22 de Setembro e num dia de referência, como base para comparação. Para avaliar a opinião dos munícipes sobre esta iniciativa, a forma como participaram da campanha e também para identificar as questões mais importantes, não só do “Dia sem Carros”, como também do futuro das cidades e do planejamento dos nossos centros urbanos, as prefeituras e órgãos gestores recorrerão também à aplicação de uma pesquisa de opinião de forma a recolher dados sobre todas as questões apontadas.

 

As Prefeituras ou Órgãos Gestores Municipais deverão fazer o Questionário de Avaliação da Jornada e procurar estabelecer mecanismos de coleta de dados, desenvolvendo estudos de avaliação tais como:

 

. taxas de utilização de transportes coletivos e de áreas de estacionamento;

. contagens de tráfego motorizado, pedestres, bicicletas;

. qualidade do ar;

. ruído;

. impacto social.

 

Esta avaliação não pretende demonstrar a validade do “Dia sem Carros” como uma solução permanente para os problemas dos centros urbanos, mas sim demonstrar o que todos sabemos: que é possível o deslocamento sem recorrer sempre ao automóvel; que é possível transferir uma parte desses deslocamentos para os transportes coletivos; e que as cidades com menos carros são menos ruidosas, menos poluídas e mais agradáveis como locais para se viver, trabalhar, estudar ou simplesmente passear.

 

• Onde posso obter mais informações?

 

Nas Prefeituras e Coordenações locais e nos sites das organizações que estão promovendo a Jornada. www.ruaviva.org.br , www.22september.org

 

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